Que
o intercâmbio tem suas dificuldades não é nenhuma surpresa, mas por mais que eu
me sentisse preparado é muito claro que eu não estava. Se é que existe um
momento em que a pessoa está pronta para isso, acho que no meu caso não existe,
eu precisava tomar o choque, cair e aprender a levantar. Aceitei o desafio que
eu me propus justamente para me revolucionar, precisava mudar, não gostava do
que eu via no espelho.
O
primeiro desafio é morar “sozinho”, tornar-se independente, sair de casa. No
começo assusta um pouco, mas à medida que vamos errando vamos aprendendo e isso
fica fácil de contornar. Some a isso a
questão de estar longe da família e dos amigos. Mas acho que o mais difícil é
vir sozinho, sem nenhum amigo e chegar aqui e não ter em quem confiar, não ter
um companheiro para fazer as coisas, para sair, conversar, compartilhar
dificuldades, ajudar um ao outro e, além disso, ter que conviver com pessoas
estranhas, diferentes.
Convivência!
Palavra-chave no intercâmbio, não importa com quem você veio, com quem você
mora, isso será um problema. Muitas vezes já é difícil conviver em família, com
aqueles que amamos, o que dizer de pessoas desconhecidas, pessoas que você não
escolheu para morar com você, dividir quarto com alguém! Não é fácil aceitar ou
ignorar os defeitos dos outros, temos os nossos também, e eles têm de conviver
com os nossos, mas todos somos diferentes, uns mais reservados, outros mais
espaçosos, organizados ou bagunçados, higiênicos ou despreocupados, egoístas e “socialistas”,
e conviver com a diferença é muito complicado.
De
repente me sinto sozinho, despreparado, fraco e sem rumo. Tento levantar a
cabeça e confiar no futuro mesmo sem ter argumentos para sustentar a esperança,
a mais pura e simples fé. Acreditar sem ter no que se basear, simplesmente
acreditar.
"Não vim até aqui pra desistir agora!"