quinta-feira, 22 de março de 2012

PRIMEIROS PASSOS – EGALI HOUSE


                Logo que chegamos ao apartamento da agência, a famosa Egali House, foi definido o quarto que cada um ficaria, no meu caso fiquei no quarto 2 junto com a Jamille. O Érick, da Egali, passou as primeiras orientações de como funciona a casa, algumas dicas sobre a cidade, algumas orientações no mapa da cidade e apresentou todo o apartamento. O prédio é quase luxuoso, com piscina, hidromassagem, sauna, academia e elevadores tecnológicos, o apartamento em si não fica muito atrás, tem 3 quartos, 3 banheiros, sendo que 2 banheiros tem banheira, cozinha completa, sala de estar com uma televisão de 32’’ e internet wireless. O quarto que eu fiquei era o único quarto com sacada, mas a gente praticamente não a utiliza, só de vez em quando eu paro nela para apreciar a vista. De qualquer uma das janelas do apartamento a vista é impressionante, prédios enormes e mais à esquerda é possível ver o Darling Harbour e um pouquinho da Harbour Bridge. O prédio fica bem no centro da cidade, perto da escola, dos mercados, das principais ruas, fácil acesso para qualquer lugar. Junto comigo, além da Jamille (Joinville – SC), chegou o Luis (Florianópolis – SC) e o André ((Salvador – BA) mas este não era um residente da Egali House, ele veio pela agência, mas como não tinha lugar no apartamento ele teve que conseguir outro lugar para ficar, mas mesmo não morando no apartamento ele sempre estava lá) e já estavam na casa, o Rafael, a irmã dele, Aline, o namorado dela, Vágner e o André (todos de Caxias do Sul).

Da esquerda para a direita: André, André baiano, eu, Vágner, Aline, Rafael, Luis e Jamille


                A primeira coisa que fizemos depois de nos acomodarmos foi tomar um bom e merecido banho, depois da exaustiva viagem. Feito isso fomos até o Woolworths, também conhecido como Woolies, que é o mercado mais próximo para que fizéssemos as primeiras compras. O mercado é dividido em 4 andares, e possui uma marca própria, que é conhecida como HomeBrand, ou seja, todos os produtos tem as suas respectivas marcas, mas se preferir tem o mesmo produto na marca do mercado por um preço muito mais em conta. Como nós somos, estudantes, desempregados e intercambistas, praticamente 100% dos produtos são HomeBrand porque a diferença de preços é bem considerável e os produtos tem a mesma qualidade. Um detalhe legal do mercado também, é o self-service, ou seja, auto-atendimento, você faz as compras e invés de ir até um caixa para pagar, você mesmo passa os itens na leitora de código de barras, embala, seleciona a forma de pagamento e paga. É muito prático e ajuda muito a evitar filas.


                Voltamos para casa e almoçamos, depois fomos até Chinatown, é um pedaço da China dentro da Austrália, um bairro chinês, onde o comércio é praticamente 100% chinês, as pessoas são praticamente todas asiáticas e lá tem o Paddy´s Market, um mercadão que abre de quarta a domingo somente, e além de um espaço enorme com stands que parecem camelôs tem a parte da feira, onde é muito bom de comprar frutas, verduras e carne. Lá o atendimento é meio estranho, tu paras em frente ao stand das frutas e o japa te lança uma sacola, tu escolhe as frutas e devolve a sacola, o japa pesa e te diz o valor, tu entrega as moedas e ele lança numa caixa de papelão. E os preços são tudo redondo, 0,50, 1,00, 1,50 porque aí os japas pesam e fazem a conta de cabeça para saber quanto deu, não precisam digitar o valor na balança, tudo pra agilizar o atendimento.


                Desde que eu cheguei eu fiquei em estado de choque, de repente a ficha cai e tu vê que está do outro lado do mundo, com gente que tu não conhece, sem saber o que fazer, como fazer. Senti-me absolutamente despreparado, arrependido de ter aceitado viajar. Por mais que eu tivesse passado os últimos meses me preparando psicologicamente para enfrentar tudo sozinho, quando a gente se depara com o problema ele toma proporções gigantescas, me senti fraco e incapaz. Só desejava voltar.
                O primeiro dia tem como um dos maiores desafios a adaptação ao fuso-horário, são 14 horas de diferença e o mais indicado é aguentar o máximo possível e ir dormir o mais tarde que conseguir. Não foi o meu caso, na minha cabeça eu só queria ir embora e estava tomado pelo arrependimento, me segurava pra não chorar e quando deram 17 horas eu fui para o quarto e me entreguei ao sono. Não fiz nem questão de resistir, só queria que aquele dia acabasse e já viesse o próximo, na esperança de acordar melhor, renovado.

Um dia antes de eu viajar, eu estava em casa e não estava fazendo nada, de repente comecei a assistir alguns vídeos no youtube e acabei me deparando com o vídeo abaixo. Não tem nada demais, não é nenhuma novidade o que é dito ali, mas quando eu estava na pior, eu lembrava desse vídeo. Ficava repetindo pra mim mesmo que eu precisava ser forte, não ter medo de fracassar, mas ter que me esforçar para vencer, me esforçar ao máximo, sem dor sem ganho.


Link do vídeo:

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