Uma das
primeiras etapas antes da viagem é arrumar as malas, quando se vai para o
exterior esta tarefa é ainda mais árdua. É difícil saber o que levar, o que vai
precisar, o que pode levar na mala, isso tudo sem ultrapassar o limite de peso permitido
pela companhia aérea. A franquia era de 2 malas de 23kg mais uma mala de mão de
5kg. O negócio era arrumar a mala e ficar pesando pra conferir se não tinha
ultrapassado o limite. Depois de colocar tudo que eu queria levar na mala, ela
estava pesando uns 5kg além dos 23, era hora de começar a eliminar itens a fim
de diminuir o peso. Roupas de inverno foram as primeiras a serem sacadas,
devido ao volume e ao peso que cada uma possui, depois saiu um par de tênis,
depois outro, guarda-chuva, até chegar no peso permitido. Não foi fácil, mas
conseguimos. Depois foi a vez da bagagem de mão, só o notebook já pesava uns
3kg, sobrava pouco espaço e peso para levar mais alguma coisa. Optei por uma
muda de roupa como reserva técnica para a viagem, alguns itens de higiene
pessoal e alguns itens frágeis que não poderiam ir na mala devido ao descuidado
que se tem com as mesmas nos aeroportos durante a carga e descarga das mesmas.
Ao
chegar ao aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre, fui direto despachar as
malas para em caso de problema ter tempo de resolver, dito e feito, na hora de
apresentar a documentação para fazer o check-in, a atendente me pediu o
comprovante do visto australiano. Vasculhei os documentos que eu havia
imprimido e nada, fui correndo até uma lan-house e acessei meu e-mail, lá tinha
o documento que eu precisava, imprimi e voltei às pressas para fazer o
check-in. Segundo a atendente sem esse documento eu teria problemas na
imigração quando chegasse a Sydney. Pesei as malas e deu na medida, 23kg e a
bagagem de mão passou por meio kilo, mas o atendente falou que não tinha
problema. Com bagagem despachada e check-in feito fomos almoçar e esperar pelo
horário de embarque.
Depois
de me despedir da mãe e da Carol, atravessei o acesso ao portão de embarque e
ali vi que tinha início a jornada. Foi um vazio enorme que eu senti, mesmo com
elas ali do outro lado do vidro parecia que eu estava sozinho no mundo.
Esperando ser chamado para embarcar passou um filme na minha cabeça, uma
mistura de arrependimento, medo, coragem, é muito estranho. Embarquei e fui até
o aeroporto de Congonhas, São Paulo, completamente sozinho. Sabia que a partir
daquele momento eu estava por minha conta. Lá no aeroporto eu tinha combinado
de encontrar a Jamille, uma menina de Joinvile que estava indo pela mesma
agência que eu e que ficaria comigo na Egali House por 2 semanas. Ela chegou
antes ao aeroporto e por isso já tinha feito o check-in do voo para
Santiago-Chile, junto com ela estava o André, mais um da mesma agência, porém
ele não iria ficar conosco na Egali House. Fiz meu check-in na corrida e já
fomos para o portão de embarque rumo a Santiago. O voo foi tranquilo, cerca de
5 horas de viagem. Até que passou rápido, me distraí com o avião e a
televisãozinha pessoal e depois tentei conversar com um chileno. Sem falar que
um pouco antes de chegar ao aeroporto, passamos pelas cordilheiras dos Andes,
muito legal e bonito.
Chegamos
ao aeroporto de Santiago e ficamos passeando e esticando as pernas, tivemos que
esperar cerca de 3 horas até o próximo voo. Parecia que o tempo não passava,
era angustiante. Depois de muita espera finalmente embarcamos para o terrível
voo até Sydney, terrível porque sabíamos que seria uma longa viagem. Logo na
saída o comandante avisou que a previsão era de pouco mais de 12 horas de
viagem. O lado positivo era que a viagem começava justamente no horário de
dormir, por volta da meia noite. Achei que conseguiria dormir no avião, mas não
é fácil, não tem onde apoiar a cabeça, o banco reclina pouco, é apertado, não
tem espaço para as pernas, eu não consegui dormir direito. Ficava cochilando e
acordando toda hora, foi assim até de manhã, aí quando todos começaram a
acordar eu continuava cochilando, e acabei perdendo o café da manhã do voo.
Passou a manhã e por volta do meio dia chegamos a Auckland – Nova Zelândia, lá
era madrugada, estava escuro e o aeroporto deserto. Mais uma vez sala de
espera, agora para pegar o último voo, finalmente até Sydney. O último voo era
curto, cerca de 3 horas, pra quem viajou 12, 3 já era pouca coisa. Em torno de
7:30 da manhã horário local, chegamos em Sydney. Depois de 30 horas de viagem
enfim em solo australiano. Era hora de encarar a tal da imigração. Uma fila
gigantesca esperava por nós, junto conosco tinha chegado um ou mais aviões de
países asiáticos, era olhinho puxado para todos os lados. A imigração em si foi
muito tranquila, só pediram passaporte e a carteirinha de vacinação da febre
amarela.
Com
autorização para entrar na Austrália, era a hora de pegar a mala e sair rumo à
estação de trem. Eu e a Jamille fomos para a estação pegar o trem, como tudo
aqui, o trem é muito moderno, dois andares, muito espaçoso, várias placas
informando as rotas dos trens, quanto tempo para o próximo trem, muito legal,
um transporte público que funciona e que apresenta uma estrutura que te
incentiva a utilizar. Ao chegar à estação de Town Hall descemos e procuramos
pelo Érick, da Egali, para ele nos levar até a Egali House.
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